sexta-feira, 21 de agosto de 2015

RESPINGOPS DE PRATA.

Sou um senhor, que observa quase tudo.
Saio pelas ruas a conversar com pessoas que não conheço,
vocês sabem sou daqueles velhos, chatos que procuram falar
coisas que necessitam ser faladas e, quase sempre chamado de gagá.
Minuto a minuto, conheço mais alguém, diferente de 
todos com quem já falei e aprendo um pouco mais
do que aprendi, de tudo que vivi.
Sou um senhor que observa tudo. 
À noite,  no meu descanso, decodifico o que ouvi
e rio, satisfeito, comigo.
Tantas coisas bonitas ouvidas! Avalio quem as falou e
avalio a mim que ouviu, tudo, e gostou.
Agora vou dormir meus amigos, amanhã é um novo dia.
Volto às ruas para aprender e ensinar mais um pouco.
Sou um senhor que observa quase tudo.
Quero aprender mais um pouco com os mais jovens, 
são sábios, também.


quarta-feira, 12 de agosto de 2015

RESPINGOS DE PRATA.

Poesia em mim nasceu assim,
Areias, praias, mares, amores.
Meu coração envelheceu assim, 
Meu coração, saudoso que explodiu
Em paixões um dia, anda quieto, me aconselha:
"Senta num bar, canta e acarinha o teu violão. 
Segue os conselhos das tuas canções, fica por lá.
E deixa que a madrugada te leve pela mão."




sexta-feira, 7 de agosto de 2015

RESPINGOS DE PRATA.

Gostaria de homenagear um pai! Eu!
Um pai chato, briguento, rabugento, falando
a toda a hora coisas cansativas.
Sou um pai chato, mas um pai querido...
Nos finais de semana , em algum lugar,
nos juntamos, meio de longe, nos olhando e
depois nos chegamos.
Sou um pai chato, briguento, rabugento.
Quero continuar assim. Quando a tardinha
do domingo chegar, se todos perto de mim,
que maravilha! Me aprenderam e eu os aprendi.
Eu sou assim! Um pai chato, de amor sem fim.
Quero eles todos, sempre, pertinho de mim,
com muito amor! E que venham os netos!



quarta-feira, 5 de agosto de 2015

RESPINGOS DE PRATA

E, nas madrugadas das minha dores, acordado, relembrei das noites sem fim. Das músicas, em Rio Grande, com o Bossa Sul, das madrugadas com o Primo em Porto Alegre e por lugares, nunca antes navegados, pelos países do sul, com tantas músicas bonitas e, matematicamente, bem trabalhadas.
Tocamos, cantamos coisas inesquecíveis, nos clubes,  com seus estrados e palcos iluminados. 
Fomos os atores das noites do Rio Grande, do Rio Grande do Sul e de todos os lugares, emprestando e oferecendo carinhos à casais enluarados. 
Eu, de longe, observava como mexíamos com a as fantasias de todos nas noites dançadas, projetando fins de noites, para eles, fantásticos.
As músicas cantadas e tocadas, os arranjos, eram de um bom gosto incrível. Quando o salão enchia com os rostos grudados, entendíamos os nossos objetivos alcançados.
Centenas de músicas tocadas, centenas de beijos flagrados e no final do baile o pessoal pedia, que a festa não acabasse.
Meus colegas músicos lembram disso. Hoje, a memória de um senhor, músico, é assim. Espero não esquecer de nada e espero que não esqueçam das belas músicas, perfeitas, que tocamos e que fizeram tanta gente sonhar.