sexta-feira, 25 de setembro de 2015

RESPINGOS DE PRATA.

Hoje, lembrei, teus beijos,
Das noites que te amei.
Lembrei carinhos, teu corpo,
Tuas mãos em mim.
Teu sono, deitado no  peito,
falaram segredos nossos.
Hoje, lembrei dos teus beijos,
Das noites de tanto amor.
Saudade louca, Sem os teus carinhos.
Tuas mãos em mim me fazendo quieto,
Teus sonhos, segredos sem fim.
Outra anda perto de mim.
Muito perto de mim.
Mas a saudade malvada, de ti
não acaba, fica guardada, 
dentro de mim.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

RESPINGOS DE PRATA.

ESCRITO PARA UM GRANDE POETA DA MÚSICA.
Olhar envelhecido, ouvido esperto, sorriso delicado, 
dedos desgastados pelo aço das cordas das guitarras. 
Lembrando as letras das  músicas, companheiras das 
vidas dos cantadores. Tocavas para os amigos,
sentado, à mesa do bar, com a turma que ouvia
o teu passado tão presente. Amigos quietos, ouvintes inveterados, 
dos dó, ré e sei lá, as outras notas tocadas pelo grande mestre.
Todos degustavam as histórias, contadas por ti.
Um dia, te foste. Partiste de manso, não avisaste ninguém.
Foste embora, após  um mi bemol, da última manhã, dos contos, 
encantos e cantos. 
Um abraço meu amigo, não tiveste tempo de te
despedir de nós. Partiste com os carinhos das mesas 
do bar e dos ouvidos quietos que quietos ouviam as histórias,
as harmonias, musicais sem fim, mais os teu acordes dissonantes. 
Um abraço, grande amigo, de todos nós. 
Os amigos da mesa do bar, continuarão por muito tempo sem esquecer de ti, 
grande mestre, grande companheiro.
A mesa , ao lado da porta de entrada do bar, continuará só, amigo
RAUL LIMA.




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terça-feira, 15 de setembro de 2015

RESPINGOS DE PRATA.

E o meu barco sem destino,
Procurou portos seguros, sem encontrar.
Um dia, aportou em algum lugar, cantou,
Fez versos, depois navegou em alto mar
Pelas noites sem fim.
E o meu barco sem destino,
continuou assim. Resolveu não voltar.





segunda-feira, 14 de setembro de 2015

RESPINGOS DE PRATA.

Quando eu lançava na água,
As minhas linhas de pesca 
E o o peixe não vinha.
Quieto, ouvia as canções do mar.
A noite, amiga, não dormia,
Me abraçava, me cuidava,
Me entendia,  me ouvia. 
Eu sussurrava baixinho,
As músicas da minha vida.
Felicidade que não volta mais.


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

RESPINGOS DE PRATA.

Minha velha gaita de boca, SONHADORA, 
que me fizeste  sonhar...
Foste a grande companheira das navegadas
noturnas, com as luas cheias na proa.
Seguias pelos meus rumos com afinação delicada
E o velho Guaxo singrava, dançando com o teu canto
que a grande Lagoa, aplaudia, encantada.
Minha velha gaita de boca, SONHADORA
que me fizeste sonhar...
As navegadas se foram, o velho GUAXO se foi.
E tu, velha companheira, fica cuidando de mim.
Quem sabe possas tocar, para o velho dono sonhar 
e seguir outros caminhos, muito longe, além do mar...
Minha velha gaita de boca, SONHADORA,
que me fizeste sonhar...

RESPINGOS DE PRATA.

Hoje perdi um amigo Um grande amigo, dos mais chegados.
Morreu Raul Lima, violonista, guitarrista, violinista dos melhores.
Tocou por todo o tempo com o conjunto Norberto Baldauf, que fez
o sucesso das noites de bailes pelo Brasil.  Raul partiu aos 91 anos.
Quase todas as semanas encontrava-o no Bar América, no Moinhos de Vento.
Amigo de todos, conselheiro, delicado, brincalhão era alegria da turma
quando chegava,  comendo seu pastelzinho que pegava na churrascaria ao lado.
Sentava e contava suas, mil historias das noites, maravilhosas, de um grande músico.
Às vezes pegava um violão, desses que andam soltos nos botecos da vida
e a coisa começava.
O Bar América, a partir de hoje, não será mais o mesmo. A mesa ao lado 
da porta, estará vazia. Sentiremos falta do nosso irmão, mais velho, querido.
Agorinha, nesse momento, escutei-o falando: "Sérgio, canta Primavera."
Eu cantarei, acompanhado de harmonias incríveis de um violão encantado.
Meu velho amigo, espera-me por aí. Um dia juntos com Touguinha, 
Canela, Léo Veloso e outros faremos bailes, maravilhosos, para os 
anjos dançarem noite toda, por todo o tempo.





quarta-feira, 9 de setembro de 2015

RESPINGOS DE PRATA.

Tentei escrever um poema para vocês, amigos.
Esqueci o assunto e adormeci.
Quem sabe, na calada da madrugada eu consiga
lembrar de tudo ou quase ao amanhecer, cante:
"Existiria a verdade, verdade que ninguém vê.
Se todos fossem no mundo iguais a vocês."

terça-feira, 8 de setembro de 2015

RESPINGOS DE PRATA.

Cantei coisas pela vida, tangos, boleros sem fim.
Cantei coisas pela vida, amores, e outras cositas, más!
Foram cosas heridas, que en mi vida se quedaran.
E se quedaran em mi, agarraditas,  no más.
Meu jeito meio castelhano é um jeito bueno de querer.
Quando perto de mi muchacha, que me beija e canta coisas,
Fico quieto e espero que ela adormeça agarradita em mim.
Acordo no outro dia sussurrando, te quiero, te quiero, mucho!