sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

RESPINGOS DE PRATA.

Maria, bela maria, que caminhavas ao vento
da minha cidade querida. Dama da noite perdida,
nos cabarés, borbulhantes, procuravas mil amores
sem conseguir encontrá-los.
Sentavas às mesas dos bares e conversavas comigo
as coisas da tua vida e após um gole e outro,
partias para o teu destino.
E eu, tentava entender as coisas que não entendia.
Maria bela Maria, que caminhavas ao vento 
da minha cidade querida. Nunca mais te encontrei.
Talvez andes nos portos, nos braços de marinheiros
que não entendem o que dizes. Apenas abraços e beijos
que levas para a casa e relembras no outro dia, gosto amargo.
Maria, bela Maria que caminhavas ao vento
da minha cidade querida. Nunca mais te esqueci. 
És parte dos pensamentos, bebidos nas mesas dos bares, 
dos risos, dos cantos, dos prantos.
És parte da minha saudade, é parte do meu passado.
Maria, bela Maria, onde andarás gora? Talvez aos ventos...




segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

PARA LEMBRAR A JUVENTUDE.


RESPINGOS DE PRATA.

Cheguei em casa agora, 
Encontrei um broto de flor,
Que plantei faz algum tempo.
Nasceu rósea, delicada,
Vou cuidá-la com carinho,
Cantar ao lado dela, baixinho...
Ela se abrirá feliz!
Minha flor é o meu amor,
E eu, sou o grande amor dela!

domingo, 6 de dezembro de 2015

RESPINGOS DE PRATA.

E quando te encontrei, faceira,
dançando com outro na festa,
parti para a minha seresta,
amanheci na quarta feira.
Passou quinta, passou sexta.
E, quando voltei ao baile,
num sábado, enluarado, encontrei
uma loirinha me olhando, sorrindo
faceira, fui tirá-la para dançar.
Colei meu rosto no dela, apertei-a
no meu peito. E, se ainda penso direito,
olhei para a moça passada, (dançando
com outro na festa). Com cara feia me me olhava.
E a loirinha querida me acariciava.
Apertei-a mais no peito, a outra me olhou
de um jeito, pegou seu casaco bonito
e foi procurar outro baile.



RESPINGOS DE PRATA.

Achei meu canto perdido,
nas calçadas, nas madrugadas,
segui cantando baixinho a letra
que havia esquecido e segui
pela noite adentro.
Amanheci, beira de cais.
Cantei meu canto perdido,
falando em lua, amor e mar. 
Fui seguindo pelas ruas,
segui pela cidade a fora,
fui embora e esqueci de voltar.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

RESPINGOS DE PRATA.

No meu Cassino encantado, onde vivi guri, ajudando pescadores com as redes do dia a dia,
ganhava cotas de peixes trocando-as no Ponto Chique, por arroz, açúcar, feijão, café e algum naco de charque. Era bom viver assim.
Nas noites de céu escuro saia a pescar linguados, lanternas de carbureto e fisgas de arame de obras.
Quantos com a tal fisga eu pesquei!
Depois, cansado deitava ao pé dos comoros e dormia, coberto num manto de céu.
Acordava com o sol saindo e os ruídos das lebres, tuco tucos, lagartos e pássaros cantadores.
Seguia então para a escola, na entrada da Vila Siqueira, não lembro mais o nome.
Fui feliz dessa maneira e hoje sinto saudade daquela vida sem hora, vivida entre as areias, os pés enfiados no mar. 
Hoje a saudade é grande!
Fui dono de mim menino, coisa que não explico. Aprendi gosto de sal, de vento de maresia, me formei em solidão.
E assim cresci,  tornei-me um homem. Fui forjado à beira do mar!