segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Respingos de Prata VIII

Pensar na minha terra é voltar devagar no tempo,
é galopar no vento e enlaçar a saudade dentro do peito.
Saudade de maresia, de areia grudada no pé,
de olhar perdido no mar, de velas içadas
e arriadas no cais, das torres das igrejas,
dos casarios antigos, da meninice solta,
da juventude passada e repassada nas ruas estreitas,
dos amores sabidos apenas por um
ou vividos, intensamente, pelos dois.
Ah minha terra! Quisera te reencontrar, intacta,
com os amigos  de sempre.
Na esquina famosa, no futebol, nas quermesses
dos colégios, nas reuniões dançantes das tardes
domingueiras, enfim, queria, apenas, te reencontrar igual.
Caminhar e caminhar nas ruas planas até cansar
e descansar na praça, com o vento leste a soprar
nas oliveiras.
Pensar na minha terra é voltar devagar no tempo
E dele, não sair, jamais.

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